O ar…elemento da minha vida, com o qual nada nem ninguém sobreviveria. Torno-me dependente mas não é de qualquer forma uma dependência desagradável, muito menos nociva! Não falo apenas na necessidade do oxigénio para podermos respirar, tarefa desempenhada pelos nossos pulmões. Não falo apenas na constante urgência de alimentar as nossas células. Falo-vos do elemento ar, aquele que não se deve respirar para viver, mas aquele que vale a pena viver para respirar. Gosto do ar como gosto do tempo, ilumina a minha mente, purifica a minha alma…o tempo cura qualquer mágoa, mas o ar é seu braço direito!
Mas o ambiente desta casa está a ficar pesado, não consigo respirar a plenos pulmões, uma corda amarra-os solenemente e meu coração morre asfixiado. A minha alma aprisiona-se dentro do meu corpo quando deveria revelar-se a outras tantas. A chama arde, percorre as minhas veias e corrói todas as paredes. O meu sopro é carregado de abandono.
Esta forma incompreensível de deterioração interior, esta forma incasável de combater contra a própria derrota aterroriza a minha mente que já sozinha é suficientemente complexa.
Tenciono voar alto, bem alto, atravessar as nuvens, sentir o frio, arrefecer e quem sabe gelar o motor que bombardeia o sangue onde a raiva ferve.
Todas as dores, todos os anseios, todas as preocupações seriam gelo desaparecido em forma de água que ao menos serviria para regar um novo jardim. Onde poderia semear a felicidade, plantar amizade, cultivar sabedoria e ver, principalmente o amor crescer!
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