Estávamos nos derradeiros dias de Verão, estação quente, mas já o frio apoderava-se das minhas noites. Convidou-me para ir jantar. Eu, não querendo mostrar-me demasiadamente acessível recusei, contudo com um sorriso e uma palavra afável persuadiu-me e eu aceitei.
Na noite do jantar deslumbrava que nem um Gentleman, aparentava habilidade e bom gosto. Arrastou a cadeira para eu me sentar e estendeu um sorriso desvendando seus dentes gastos, mas ao qual eu não transmitia importância. A mesa tinha boa aparência, repleta de diversos requintes de luxo, as flores eram coloridas mas estavam um pouco ressequidas. Uma noite misteriosa se aprontava.
Na noite do jantar deslumbrava que nem um Gentleman, aparentava habilidade e bom gosto. Arrastou a cadeira para eu me sentar e estendeu um sorriso desvendando seus dentes gastos, mas ao qual eu não transmitia importância. A mesa tinha boa aparência, repleta de diversos requintes de luxo, as flores eram coloridas mas estavam um pouco ressequidas. Uma noite misteriosa se aprontava.
De repente pegou na minha mão, num impulso sobressaltei discretamente, senti meus joelhos a vacilar, olhei nos teus olhos e rapidamente os baixei sentindo tua mão se afastar abruptamente num gesto nervoso quando surgiu o garçon. Da mesma forma que me convidou, facilmente me convenceu, com suas ágeis palavras, que eu pedisse o mesmo prato que o seu.
Fiquei ligeiramente embriagada pelo vinho seco e perfumado que ele mandara vir. Ria-me, ele sorria deixando-me levar pelo êxtase. Serviram-nos caça
Eu comi para te agradar, não tencionava ser inconveniente ou despropositada e pensei que ficarias satisfeito por eu gostar, não te queria desapontar. Pouco a pouco constatei um desleixar no teu comportamento, aquelas boas maneiras que adoptavas tinham sumido, no entanto engraçava com o teu jeito de mastigar de boca aberta. O pouco de molho que sobejava do teu prato saltou para o meu vestido, vi aparecer uma grande nódoa que se alastrava e teimava em não sair. Parecia o Rei Leão na selva, após devorar a sua presa…Lambia-se todo!
Apercebi-me do seu divertimento, escondeu-me a metade do recheio da sua ementa! A sobremesa em vez de doce tornou-se amarga, mas era tarde demais. Estava congestionada…revirei os olhos, era tudo indistinto, sombrio, era o meu corpo a cair…entrei em coma! Neste sono pesado e desconfortável sonhei que estava a provar o amor. Fechei os olhos, senti o odor, saboreei o aroma, suavemente mastiguei, engoli, não impedi que minha língua lambesse os restos que perduravam nos meus lábios. Que saciedade, tudo ficou enjoativo, não aguentei… vomitei! Deitei tudo cá para fora. E num instante, o alivio…sentia-me leve…finalmente respirava e…acordei.
Hoje vivo cheia de forças, pronta para desejar ao próximo BOM APETITE! E a conta!? A conta que a pague ele! E agora em prosa lidero:
Declaro este assunto oficialmente digerido
Pelas raízes esquecidas de um amor enterrado!
3 comentários:
E como que tudo que é digerido se transforma e dá frutos novamente, assim são as relaçoes passadas....um ECOPONTO que recicla, que torna o nosso mundo melhor e nos transforma para sabermos utilizar melhor os recursos, sermos amigos do ambiente mas acima de tudo para sermos FELIZES!Nao é por mim, é por eles...PArabens, muito bem escrito como todo o blog que conheci hoje...és um orgulho!
epa e tu ainda falas dele mastigar de boca aberta.. tu gregast a beira dele.. lol mt bem conseguido o texto.. e realment se foi um bocado desilusão.. A CONTA QUE PAGUE ELE.. :D
Muito bom :D Obrigado pelo comentario :D eheh :D
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